Evolucão humana
É a partir das formas culturais que os sistemas viventes humanos atribuem significado ao mundo e a suas próprias vidas pessoais. Por sua vez, a cultura linguagem, estruturas de parentesco, relações sociais, ritos e mitos está fundada sobre a natureza. Somos uma espécie gregária, estamos ligados uns aos outros pela herança genética e pela capacidade de criar símbolos . A biodiversidade da natureza tem sua contrapartida na diversidade cultural, na transmissão das formas simbólicas coletivas que se perdem na noite dos tempos pré-históricos — como os comportamentos instintivos se perdem nas raízes da árvore filogenética. A partir da emergência da consciência cognitiva, ou que conhece, os humanos criaram símbolos que se expressam através de formas culturais os arquétipos do inconsciente coletivo[i]. À semelhança do código genético [definido como a menor unidade dotada de significado biológico, em todos os seres vivos], o arquétipo se constitui na menor unidade simbólica dotada de significado para o sistema vivente humano. As formas biológicas e simbólicas se [con]fundem no homem sábio: enquanto os genes organizam as funções originárias da vida orgânica, do domínio da natureza, os arquétipos fornecem as formas que serão dotadas de significado pela vida cultural, numa dada sociedade. A evolução humana criou uma forma simbólica cuja interpretação oscila em um eixo de significado com dois pólos, opostos e complementares: o do indivíduo (subjetivo ou de natureza única) e o da coletividade (objetivo ou de natureza sócio-cultural ). A informação sobre a experiência da espécie[ii], está gravada nas redes neuronais, onde as sinapses iluminam e colorem o escuro céu cerebral com a luz e as cores da cultura. No corpo-e-mente. Na mente-e-corpo. Através da filogenia e, como corolário, da ontogenia , a natureza já fez a sua parte, nos dotando de incontáveis possibilidades para realização do potencial genético