Evitar erros do passado
Perceber História ajuda a ultrapassar crises.
Ultrapassado o imobilismo da monarquia, as escaramuças da I República e as noites negras da Ditadura, Portugal continua sem aprender com os erros do passado.
É caso para perguntar: E não se aprendeu com os erros? A resposta parece ser claramente negativa. E o defeito não é apenas português. A história de todas as sociedades nacionais, em particular das sociedades nacionais europeias, regista sucessivos processos de abuso do crédito e regresso forçado à normalidade
Olhando ainda mais para trás, vale a pena recordar outras situações de grandes complicações que ocorreram no passado. A última situação de dificuldades semelhantes ocorreu em finais do séc. XIX e conduziu, em 1892, a uma bancarrota parcial do Estado português, isto é, à decisão de não pagar integralmente os encargos contratuais da dívida pública.
Mais uma questão se impõe: Como se chegou a essa situação? Exactamente da mesma forma que se chegou à situação atual: consumindo em termos agregados acima do que se produzia e fazendo despesas públicas acima das receitas dos impostos.
Mas a bancarrota de 1892 pesou, e muito, nas dificuldades de Portugal na primeira metade do séc. XX.
E mais de um século após a primeira edição da obra-prima queirosiana (1888), da banca rota de 1892 e também de muitos milhares de milhões de euros vindos de Bruxelas, o país insiste em forçar a existência de alguns dos mesmos males: a (quase) ausência de produtividade e uma excessiva dependência do exterior, aliada à constante instabilidade dos mercados que deixarem de confiar em nós.
O caminho de Portugal é, por isso, cada vez mais estreito e a correcção destes erros