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Tàlábí, fundador da casa de Òsùmàrè, chega ao Brasil.
Tàlábí era oriundo da antiga cidade Kpeyin Vedji, localidade africana ao noroeste de Abomey, conhecida e respeitada pelo conglomerado de Sacerdotes do Culto à Sakpata (Ajúnsún). No final do século XVIII, com aproximadamente dez anos, foi encaminhado do Porto de Eko (atual cidade de Lagos, na Nigéria) para rumar ao Brasil, na condição de escravizado. Chegando a Bahia, Tàlábí foi comprado por Manoel José Ricardo, influente comerciante pernambucano, que vivia em concubinato com Umbelina Júlia de Carvalho.
FOTO: Desembarque de africanos escravizados
Tàlábí foi batizado na Igreja da Nossa Senhora da Conceição da Praia.
Os senhores costumavam batizar seus escravos e dar-lhes nomes cristãos, um dos primeiros atos de negação da identidade étnico-cultural. Assim ocorreu com Tàlábí, que foi batizado na Igreja da Nossa Senhora da Conceição da Praia, com o nome de Manoel Joaquim Ricardo. Contudo, mesmo sob a insígnia de um novo nome, Tàlábí nunca esqueceu sua origem.
FOTO: Igreja da Nossa Senhora da Conceição da Praia Por volta de 1820
Tàlábí inicia o culto a Ajúnsún no Calundu do Obítedò, em Cachoeira – Bahia.
Após ter curado o seu senhor de uma grave enfermidade, Tàlábí passa a viver como liberto. A partir de 1820, reúne-se com outros negros e inicia, na Cidade de Cachoeira-BA, o culto a Ajúnsún no Calundu do Obítedò. Este local tornar-se-á a ascendência religiosa primordial da Casa de Òsùmàrè.
FOTO: Calundu do Obítedò 1830
Tàlábí estabelece um comércio no Mercado de Santa Bárbara, em Salvador-Bahia.
Em 1830, Tàlábí estabelece um comércio no Mercado de Santa Bárbara, em Salvador [BA], onde comercializava grãos, fumo, azeite de dendê, além da venda secreta de produtos para o culto aos Òrìsà. Já nesta época também realizava viagens constantes ao continente africano na busca de conhecimento religioso e produtos para manutenção do estabelecimento