Euclides

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Várias eram as vozes que interferiam e interpretavam a questão canudense. O governo baiano defendia serem suficientes as medidas tomadas. O grupo de rebelados e fanáticos, que somavam pouco mais de quinhentos, logo seria extinto, não sendo necessário o reforço das forças federais. O chefe militar argumentava pelo fortalecimento das forças federais, que deveriam seguir fortes, pois o intuito não era mais o de prender criminosos, mas o de “extirpar o móvel de decomposição moral que se observava no arraial de Canudos em manifesto desprestígio à autoridade e às instituições” (CUNHA, 2003: 315)
Já o governo estadual interpretava a questão canudense como ameaça à soberania nacional, a partir do artigo 6º da Constituição de
24 de fevereiro. Repelia a intervenção por considerar-se “desarmado para suplantar a revolta”, “apelando para os recursos da União” (CUNHA, 2003: 315).

Estavam fincadas as bases para a intervenção da União. Rapidamente foi removido o chefe da força militar da
Bahia, seguindo reforçada a coluna do major Febrônio pela tropa policial, “adstrita às deliberações do governo baiano” (CUNHA, 2003: 316). Enquanto isso, ao largo do tempo que se desenrolou para a reconstituição da estratégia federal, o inimigo aparelhava-se para o revide: "Num raio de três léguas em roda de Canudos, fizera-se o deserto. Para todos os rumos e por todas as estradas e em todos os lugares, os escombros carbonizados das fazendas e dos pousos avultavam, insulando o arraial num grande círculo isolador, de ruínas. Estava pronto o cenário para um emocionante drama da nossa história" (CUNHA, 2003:
316).
Em 21 de janeiro de 1895, o Diário de Notícias da Bahia publicou a seguinte manchete: “Sofrimento do povo brasileiro causado pela trindade maldita: a peste, a fome e a guerra” (SAMPAIO, 1999: 49). Manchete que, segundo a historiadora Consuelo Sampaio, induzia o leitor a pensar que a guerra referida dizia respeito a
Canudos, sendo que em verdade se referia à questão

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