Euclides da cunha
Lianeide Brogni
Nosso estudo tem como base de análise o capítulo “O Homem” que será tratado a seguir. Neste capítulo, Euclides da Cunha, inicia tentando esclarecer, como mostra o subtítulo, a ”Complexidade do problema etnológico do Brasil”.
Inicialmente, Euclides da Cunha diz que tenta esboçar os traços atuais mais expressivos das sub-raças sertanejas do Brasil, pois para ele, seria uma raça efêmera e que urgia ser analisada e registrada como parte da História. O autor é o primeiro na época a afirmar que a complexidade das raças no Brasil é um problema que está apenas delineado, não tentando - como fizeram os outros cientistas da época - encontrar um tipo etnológico único. As três raças principais seriam: o negro banto, o indo-guarani e o branco derivando destas os mestiços mais característicos: o mulato (produto do cruzamento do negro e do branco), o mameluco ou curiboca (derivado do cruzamento do branco e do tupi) e o cafuz (produto do cruzamento do tupi e do negro). Demonstra isso a seguir:
O brasileiro, tipo abstrato que se procura, (...) só pode surgir de um entrelaçamento consideravelmente complexo.
Teoricamente ele seria o pardo, para que convergem os cruzamentos sucessivos do mulato, do curiboca e do cafuz. (CUNHA, 71, 1985)
De acordo com o autor, na fusão das raças deve-se levar em conta a função mesológica e a histórica. Ele explica que alguns autores exageram a predominância do silvícola, outros, a do africano; mas que todos erram por não estarem à procura de um tipo étnico único, sendo que alguns exageram a função do africano e outros decretam a extinção do silvícola, prevendo o triunfo da raça branca como superior e mais forte. Porém, na opinião do autor: Não temos unidade de raça. Não a teremos, talvez, nunca. (CUNHA, 72, 1985)
Acrescentando ainda: A nossa evolução biológica reclama a garantia da evolução social. Estamos condenados à civilização. Ou progredimos, ou