Euclides da Cunha

1181 palavras 5 páginas
Euclides da Cunha escreveu sobre a Amazônia alguns textos esparsos, onde sobressai o tom de denúncia social das condições de vida dos migrantes nordestinos nos seringais. Seus artigos e ensaios foram publicados essencialmente em À margem da História, cuja primeira edição é de 1909, e também em Contrastes e Confrontos, de 1907. Esses textos, e outros não publicados, foram reunidos por Leandro Tocantins num volume intitulado Um Paraíso Perdido. Tal qual o título do grande livro que Euclides desejava escrever sobre a Amazônia.
Euclides faz uma descrição impressionista da situação desses homens esquecidos pela pátria e esculpidos pelo clima rigoroso, pela natureza brutal e pelas relações sociais opressivas daqueles trópicos amazônicos: “A exploração da seringa, neste ponto pior que a do caucho, impõe o isolamento. Há um laivo siberiano naquele trabalho. Dostoiévski sombrearia as suas páginas mais lúgubres com esta tortura: a do homem constrangido a calcar durante a vida inteira a mesma estrada, de que ele é o único transeunte, trilha obscurecida, estreitíssima e circulante, que o leva, intermitentemente e desesperadamente, ao mesmo ponto de partida”. Isso posto, vejamos trechos que suscitam as afirmações supra expostas: De feito, o seringueiro - e não designamos o patrão opulento, senão o freguês jungido à gleba das "estradas" -, o seringueiro realiza uma tremenda anomalia: é o homem que trabalha para escravizar-se. : No próprio dia em que parte do Ceará, o seringueiro principia a dever: deve a passagem de proa até ao Pará (35$000), e o dinheiro que recebeu para preparar-se (150$000). Depois vem a importância do transporte, num "gaiola" qualquer de Belém ao barracão longínquo a que se destina, e que é, na média, de 150$000. Aditem-se cerca de 800$000 para os seguintes utensílios invariáveis: um boião de furo, uma bacia, mil tigelinhas, uma machadinha de ferro, um machado, um terçado, um refle (carabina Winchester) e duzentas balas, dois

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