EUCLIDES CUNHA

Nascido no ano de 1866 em Cantagalo (RJ), Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha foi um poeta, jornalista, historiador e sociólogo brasileiro. Fundou o jornal "O Democrata", era um Republicano esperançoso - era inclusive membro do exército - que via aquele novo governo uma saída para a situação do país. Porém, as contradições republicanas logo o desencantaram, era visível que o Brasil continuava desigual e atrasado. Após um ato de indisciplina em 1888, foi desligado do exército; sendo reintegrado no ano seguinte, devido a pedidos de amigos republicanos, e recebeu a promoção de alferes-aluno. Em 1897 - durante a Guerra de Canudos - foi convidado por um Jornal, após escrever artigos sobre o conflito, para ser um correspondente de guerra. Chegando ao Belo Monte, desmistifica o que era verdade para o imaginário de todo país - inclusive para ele mesmo: Os conselheiristas não tinham cunho monarquista algum. Os dias como observador de guerra lhe renderam "Os Sertões", de 1902. A obra se trata das impressões de Cunha, basicamente, sobre a terra (relevo, clima, vegetação), o homem (aborda a figura de Conselheiro e faz uma análise dos gêneros e subgêneros brasileiros) e a luta (o conflito em si). O destaque e sucesso se deram devido a presença de geografia, política, sociologia e sem deixar de dramatizar a vida dos sertanejos durante aqueles penosos anos. Causa polêmica até os dias de hoje, por diversos motivos, como a ausência das personagens femininas - e quando estas aparecem na obra, há um tom preconceituoso -; a crença absoluta de que a miscigenação enfraquecia o ser humano e incapacitava-o, e que era impossível uma "unidade racial" no país; acreditava que o meio ambiente, a raça e o momento histórico definiam o ser humano. Influenciado por Castro Alves, escreveu outras obras de destaque como "Peru Versus Bolívia" (1909) e "À Margem da História" (1907). Faleceu com 43 anos, num episódio que ficou conhecido como "A Tragédia de Piedade"; sua esposa Anna Emílio