Etiologia e tratamento da esquizofrenia baseado nas hipóteses de neurotransmissores
Historicamente, até meados do século XIX, a melancolia e a mania eram consideradas condições completamente diferentes, de origem física, englobando desde os transtornos mentais orgânicos à esquizofrenia (Angst, 2002).Vários eventos contribuíram para a definição do conceito da esquizofrenia e seu real significado para os pacientes esquizofrênicos e para sociedade (Tabela 1).
Emil Kraepelin (1856-1926) foi o primeiro a estabelecer uma classificação de transtornos mentais que se baseava no modelo médico que delineou a existência de doenças com etiologia, sintomatologia, curso e resultados comuns (Wyatt, 2001).Kraepelin chamou uma dessas entidades de demência precoce, porque começava no início da vida e quase invariavelmente levava aos problemas psíquicos. Incluindo-a em um grupo que tinha como base as doenças que possuíam padrões endógenos do indivíduo para ocorrerem (Filho, B.G.; e cols,2007). Para Kraepelin, o conceito de que a esquizofrenia era uma doença endógena posteriormente passou a compor a sistemática fisiopatologia da esquizofrenia. Orientando para que uma das causas da doença seria a própria constituição do indivíduo, seus sintomas característicos incluíam alucinações, perturbações em compreensão e fluxo de pensamento, esvaziamento afetivo e sintomas catatônicos. A etiologia era endógena, ou seja, o transtorno surgia devido a causas internas.
Tabela 1 – Cronologia do desenvolvimento de conceito de esquizofrenia. Adaptado da Rev. Bras. Psiquiatria. vol.22 s.1 São Paulo May 2000. A tabela demonstra a evolução histórica relativa as pesquisas sobre o real significado da esquizofrenia como patologia psiquiátrica e quais seriam as principais debilitações que o esquizofrênico poderia desenvolver.
A demência precoce foi separada do transtorno maníaco-depressivo e da paranóia com base em critérios relacionados aos seus sintomas e curso. Kraepelin distinguiu três formas do transtorno: a hebefrênica, a catatônica e a