Etica
A responsabilidade social no Brasil : uma questão em andamento Cláudia Souza Passador
Introdução A partir da década de 80 encontramos mudanças radicais e singulares, não apenas pelo reflexo da velocidade da informação presente nas várias dimensões da sociedade, mas principalmente pela integração dos mercados financeiros e o crescimento singular do comércio internacional, o que viemos a chamar de globalização. Se olharmos para a América Latina, percebemos que uma sutil revolução desenrrola-se diariamente com o aparecimento de cidadãos com grandes dificuldades de inserção social na sociedade de consumo, como jovens, imigrantes, entre outras minorias. Em outras palavras, brasileiros, mexicanos, chilenos, argentinos etc... com falta de acesso a bens, serviços, segurança, justiça e cidadania, excluídos do mercado do trabalho com o desemprego ou empregos ruins e instáveis. Com afirma Gilberto Dupas1, o conceito de exclusão social - que define o que estamos discutindo - assim como a pobreza e o desemprego, é uma resposta à necessidade de lidar com algumas características sócio econômicas surgidas recentemente: uma profunda modificação no paradigma do trabalho, apontada entre outros autores pela francesa Viviane Forrester2, com avanço de uma nova lógica global das cadeias produtivas do capitalismo que reduz o número e aumenta o porte de grupos por setor, identificado atualmente de empresas transnacionais. Com essa crescente competição e insegurança do trabalhadores, cada vez mais a população irá depender de políticas públicas efetivas que garantam educação e treinamento adequado às exigências do mercado. É justamente neste ponto que encontramos uma das grandes incoerências da globalização: cada vez mais as políticas econômicas liberais reduzem o poder do Estado o transformando no que é chamado de Estado Mínimo. Por outro lado, cada vez mais