eTICA
A ideia do libertarismo defende a questão de que o homem não se trata simplesmente de meros efeitos causais, ou seja, trata-se de um ser capaz de conhecer a causalidade que o determina e atuar conscientemente e livremente em relação a esta. De acordo com esta posição, o fato de ser livre refere-se a habilidade e possibilidade de decidir e operar como se quer, se tornando agente de suas escolhas e ações e como conseguinte das suas consequencias também.
Em contrapartida às ideias dos adeptos da causalidade, o libertarismo não acredita que somente poderia ter acontecido o que aconteceu de fato. E, embora se admita que o homem de uma forma ou de outra, esteja sujeito a uma determinação causal, por viver em sociedade, há uma esfera do comportamento a qual o homem é livre e diz respeito a escolha de quais serão os fatores causais de determinação em seu comportamento.
A liberdade implica na quebra da continuidade causal universal, pois as decisões do homem são livres na medida em que pode escolher e decidir por si prório e mesmo havendo de certa forma alguma determinação causal, não se apresenta ao indivíduo apenas uma única direção para a sua ação que impeça a possibilidade de optar entre duas ou mais alternativas.
No entanto a responsabilidade moral do homem só existe se há liberdade, e os atos que chamamos morais dependem de condições e circunstâncias que não escapam totalmente ao nosso controle. Mesmo no ato moral o carater do individuo se mostra como um fator importante, não rompendo assim a cadeia causal, já que seu caráter se formou ao longo de sua histórias e suas relações e há quem veja neste papel do caráter em nossas decisões uma negação da liberdade da vontade. Num mundo em que se dominasse somente o acaso, e que tudo fosse igualmente possível, não há sentido falar em liberdade e responsabilidade moral, concluindo que a liberdade de vontade, longe de excluir a causalidade, admite precisamente a necessidade causal.