Fábio Bittencourt Meira em suas respostas vincula a ética empresarial aos problemas gerenciais das empresas. Segundo Fábio, esses problemas tornaram-se maiores em 1991, quando foi aprovado nos Estados Unidos uma série de normas de controle para os crimes corporativos, onde as empresas respondem judicialmente pela má conduta de seus empregados. A legislação aprovada incentiva a punição pecuniária. A empresa tem uma valor de multa determinado de acordo com a conduta criminosa praticada. Ainda de acordo com Fábio, a ética tornou-se um problema econômico e financeiro para as empresas. A ameaça de uma multa alta pela conduta antiética na empresa tem facilitado e aumentado as vendas nos escritórios de firmas que prestam serviços de consultoria em ética empresarial. Fábio diz que a ética virou uma preocupação gerencial de controle disciplinar, restrita às fronteiras da organização, tornando-se uma crescente burocratização. Burocracia essa que, inclui a criação de departamentos de ética, normas e regras, comissões, cargos e funções específicos, códigos de ética, treinamentos, publicações, etc. Quando perguntado sobre os códigos de ética especificamente, Fábio diz que a análise do conteúdo dos códigos de ética revela que são bastante precários enquanto instrumentos prescritivos. As regras são de natureza ambígua. Fábio cita alguns testes rápidos de ética muito utilizados nas empresas norte-americanas. Esses testes favorecem a reflexão, levando à duvida e incentivando a comunicação. De acordo com os textos discutidos em sala, as organizações vem pagando altos preços pelo descaso com as questões éticas, o que tem feito com que muitas delas já não duvidem que a ética precisa ser levada em conta no mesmo patamar com que são consideradas as outras questões. As normas e os códigos devem ser considerados apenas como meios orientadores e não como um fim. A ética não visa o que deve ser feito e sim indicar os princípios básicos que qualificam o agir humano. A empresa