Etica

Ética, Loucura e Normalização
Renovação da prática a partir de um dialogo entre a psicanálise e Michel Foucault

Michel Foucault aborda os temas da loucura, saber, poder e ética, tendo como pano de fundo uma crítica à sociedade disciplinar e á normalização operada pela psiquiatria e psicanálise. Partindo, sobretudo de Joel Birman o artigo argumenta que resgatar o caráter critico de Foucault em relação à psicanálise é possibilitar uma prática clínica renovada em relação a psicose e à questão da cidadania.
Entende-se que a absorção das críticas foucaultianas possibilita à psicanálise a adoção do cuidado sobre a loucura, em vez de exercer poder sobre a mesma.
A primeira vista entende-se que há uma incongruência entre Freud e Foucault, impossibilitando assim o dialogo entre as suas respectivas teorias, no entanto se faz possível uma articulação entre os projetos freudianos e foulcaultianos.
Propõe-se que as críticas de Foucault sirvam como ponto de partida para uma reformulação da psicanálise, absorvendo afinidades com a questão da cidadania, mas que também respondam, de forma efetiva, aos desafios da atualidade subjetiva.
A obra de Foucault pode ser vista como uma incessante discussão crítica sobre o sujeito, ética e verdade. Foucault destacava a importância de se pensar em algo que não se havia pensado antes, o mesmo poderíamos dizer sobre a psicanálise e suas concepções sobre a esquizofrenia.
Foucault se referia ao sujeito enquanto “curioso objeto” de um domínio de saber, ou como o objeto das estratégias e dispositivos de poder, mais tarde passou a se referir ao sujeito como elemento da discussão do “sujeito ético”. Tal questão em torno do sujeito sempre esteve atrelada as noções de normal e patológico, assim como as criticas as práticas institucionais.
Para Foucault a normalização sobre a loucura traz um novo olhar para o sujeito, a confissão e o jogo da verdade, reconhece o humano como homem de desejo. Assim estabelece um novo olhar do poder