etica
Somos seres morais e as comunidades humanas sempre criaram sistemas de valores e normas morais para possibilitar a convivência social, porque somos seres não determinados pela natureza ou pelo destino/Deus. E no processo de conquista da liberdade e do nosso ser descobrimos a diferença entre o ser e o dever-ser e a vontade de construir um futuro diferente e melhor do que o presente. Para esta construção não basta boas intenções, mas também um controle sobre os efeitos não Intencionais das nossas ações e o conhecimento de que o questionamento moral pressupõe um conflito entre interesse imediato e em longo prazo e entre interesse particular e o da coletividade.
A consciência ética que surge desse conjunto é diferente de uma simples assimilação de valores e normas morais vigentes na sociedade. Ela surge-com a "desconfiança" de que os valores morais da sociedade - ou os meus - encobrem algum se interesse particular não confessável ou inconsciente que - rompe com as próprias causas geradoras da moral. Desconfiança de que interesses imediatos e menores são colocados acima dos objetivos maiores, os interesses particulares acima do bem da coletividade, ou que é negada aos seres humanos a sua liberdade e a sua dignidade em nome de valores petrificados ou de pseudoteorias.
"É notório que os ricos, por toda a história, têm praticado o hedonismo radical. Os que possuem bens ilimitados, como a nata social de Roma, das cidades italianas do Renascimento, da Inglaterra e França dos séculos XVIII e XIX, procuraram um significado para a vida no prazer ilimitado. Contudo, embora o prazer máximo no sentido do hedonismo radical fosse prática de certos grupos em determinadas épocas. com uma única exceção [Aristipo. séc. IV aC] antes do século XVII, jamais constituiu a teoria do bem-estar expressa pelos grandes Mestres da Vida na china, Índia, Oriente Próximo e Europa. (... )
Nenhum dos demais grandes Mestres ensinava que a existência factual de um desejo constitui