etica
A missão da seção Ética em Saúde é de incrementar a qualidade da assistência médica e da capacidade de decisão por parte de profissionais e pacientes, por meio da divulgação e discussão de temas que envolvem a ética médica, em especial os que constituem dilemas ou desafios consequentes aos avanços tecnológicos da Medicina.
Reynaldo André Brandt
Paulo Helio Monzillo
Editores da seção
Condutas éticas nas organizações de saúde Maria Cristina Sanches Amorim1, Eduardo Bueno da
Fonseca Perillo2
Professora Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, São Paulo (SP),
Brasil.
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Doutor em História Econômica pela Universidade de São Paulo – USP; Mestre em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP, São Paulo (SP), Brasil.
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A base econômica da nossa sociedade incentiva a busca interminável pelo sucesso e, consequentemente, as condutas competitivas. Faz parte da cultura das organizações e da sociedade a ideia de que as ações motivadas pelos interesses individuais, quando somadas, levam ao bem-estar geral. Existe uma vasta literatura científica que nega tal pressuposto, por exemplo, a teoria dos jogos, de John Nash, popularizada no filme “Uma mente brilhante” – mas a defesa do individualismo como princípio justificador, prossegue. O fato é que as organizações e a sociedade não podem prescindir da solidariedade e do altruísmo. Daí a tensão permanente entre interesses individuais e coletivos.
Nas organizações do setor da saúde, essa tensão é particularmente importante, aflora nas mais variadas formas e deveria ser objeto de atenção dos gestores das instituições. Uma das formas do conflito evidencia-se na relação entre profissionais de saúde e fornecedores de materiais, equipamentos e medicamentos. A antiga e extensa literatura sobre ética indica três grandes linhas de atuação para lidar com o problema: regras e sistemas de controle; sistemas de controle e gestão de pessoas que