Etica
Uma reflexão sobre o que define o objecto da Ética
Partindo da leitura do texto de Olt (2002) e tentando, através dele, delinear o que define o objecto da Ética, é imperativo salientar algumas afirmações e conclusões nele contidas que servirão de base para a dissertação que se segue.
Pode ler-se, no texto acima referido, que “Um dos tópicos mais intensos que um educador tem de enfrentar é a das “velhas preocupações com as práticas éticas na avaliação (ou seja, a fraude).”
Ainda no mesmo enunciado se informa que “Para além disso, 50% dos inquiridos declararam “não crer que a prática fraudulenta constituísse algo necessariamente errado”.
Seguidamente, apresentam-se algumas tentativas de solucionar este problema relacionado com “as práticas éticas na avaliação”.
Como claramente se constata pela leitura dos excertos anteriores, forma-se, comummente, uma dualidade de critérios na aceitação ou não de certo tipo de comportamentos: a visão pela Moral e a visão pela Ética.
Segundo Dias (2004) “Apesar de toda a Moral pressupor determinados princípios, normas ou regras de comportamento, não é a Ética que os estabelece numa determinada comunidade.” (p. 23)
Assim, é já certo que o que é aceite pela Moral poderá não o ser pela Ética. E é esta dualidade, já identificada, que importa destrinçar e desconstruir para definir o objecto da Ética.
A Moral apresenta-se como um conjunto de princípios reguladores do comportamento social do ser humano, conjunto esse construído ao longo do evoluir sociedade em termos temporais e civilizacionais.
Este conjunto de princípios que compõe a Moral, é um instrumento regulador da prática do agir, em determinado contexto sócio-temporal.
De acordo com esta leitura, pode-se entender que, em determinado momento (social e temporal) seja moralmente aceitável a fraude nos momentos de avaliação. Sendo de ordem prática, está sujeita a condicionamentos, tais como as condições socioeconómicas