etica e democracia
Casos de corrupção não são de hoje, nem privilégio brasileiro ou exclusividade do setor público. Onde existe intermediação de interesses, regulação, contratação de obras e serviços, licenciamento e fiscalização, há potencial para corrupção. A defesa da ética e o combate à corrupção dependem de uma atitude coletiva, de um ambiente institucional saudável, de mecanismos efetivos de controles internos, externos e sociais. Não há corrupto sem corruptor.
Assistimos nas últimas décadas a diversos escândalos: anões do Orçamento, PC Farias, vampiros, sanguessugas e o Mensalão. Nos últimos meses, sete ministros foram afastados por suspeitas de corrupção ou desvios éticos. A sociedade brasileira assiste perplexa e indignada à institucionalização da corrupção. Mas, às vezes, o ceticismo quanto à correção de rumos se transforma em passividade.
A qualidade e o enraizamento das práticas e valores democráticos dependem fundamentalmente da confiança da população nas instituições. Recente pesquisa do Ibope sobre o Índice de Confiança Social mostra a família com 90%, o Corpo de Bombeiros com 86% e as igrejas e as Forças Armadas com 72%, nos primeiros lugares. Em contrapartida, nos últimos lugares, com as piores avaliações, o Congresso Nacional, com 35%, e os partidos políticos, com 28%. É evidente que isso fragiliza nossa democracia e é expressão da decepção da população com os sucessivos casos de corrupção e da falta de vínculos com o quadro político-partidário.
O que fazer?
Não há soluções simples para problemas complexos. O fortalecimento das instituições democráticas passa por conjunto de mudanças nos planos cultural, institucional, legal, administrativo e político.
À sociedade cabe não se render a uma cultura leniente ou alienada diante das denúncias, movida por uma falsa percepção de que “todos roubam, todos são iguais” ou que a impunidade é uma realidade imutável. É preciso que cada cidadão alimente permanentemente a