Etica e autonomia
Esse parece ser o princípio ético educativo por excelência, que sintetiza todos os anteriores. Falar de autonomia, é falar, com Kant, da conquista da maioridade intelectual e moral por parte dos indivíduos, quer dizer, é possibilitar que as pessoas saibam solucionar problemas através da reflexão própria, fazendo relações entre as informações disponíveis e, principalmente, que saibam deliberar moralmente através de princípios e não apenas através de uma vivência acrítica dos valores morais sociais. Evidentemente, todos os atores (sujeitos) do processo educativo concordam com esse objetivo. A pergunta que urge é: como alcançar a autonomia em um sistema político-econômico-social-cultural que privilegia a heteronomia, isto é, que está pautado somente no elogio ao cumprimento de regras. Uma primeira questão é esclarecer este processo autônomo. Intelectualmente, a comunidade escolar deve ser orientada e desafiada a solucionar problemas a partir do seu conhecimento pessoal, para fazer as relações adequadas e encontrar as soluções de problemas. Teríamos, assim, uma educação que estaria voltada não mais para o domínio de informações somente, mas, sobretudo, para a valorização das relações entre as informações e o reconhecimento das respostas encontradas. Evidentemente, não se trata de desvalorizar todo o conhecimento produzido pela humanidade ao longo de nossa história. Entretanto, isso deve apenas servir como uma fundamentação para a conquista do pensamento autônomo e, não, como o fim último da educação. Mas moralmente, como desenvolver a autonomia do indivíduo? Sirvo-me do pensamento do psicólogo Lawrence Kohlbert, que trata do desenvolvimento da consciência moral em uma perspectiva cognitivo-desenvolvimentista. Para