Etica no filme comer rezar amar
Na medida do possível tento ler os Best-sellers, porque compreendo que livros com grandes tiragens e cópias, assim como músicas e filmes, fazem sucesso porque de alguma forma são capazes de traduzir o sentimento coletivo de uma comunidade. O livro, a carta escarlate, de Nathaniel Hawthorne, jamais faria sucesso em nossos dias. O Best-seller acima, escrito pela jornalista Elizabeth Gilbert, já vendeu mais de quatro milhões de cópias e foi traduzido em 36 línguas. A autora relata suas experiências na Itália, Índia e Indonésia, em busca de auto conhecimento, após uma crise existencial e um divórcio doloroso.
Por esta razão me aproximei de “Comer, rezar, amar”. Seu estilo é charmoso e atraente e flui com naturalidade. Na primeira parte, fala de seu reencontro com o prazer de comer nos meses que passa na Itália, sem se condenar e sem analisar quantas calorias estava ingerindo diariamente.
Na segunda parte, Rezar, fala de suas experiências com o sobrenatural. Seu primeiro encontro se dá dentro do banheiro de sua casa, depois de uma crise com o marido e nas vésperas de iniciar seu processo de divórcio. Na terceira parte, Amar, relata suas aventuras ao encontrar um brasileiro na Indonésia e na descoberta do seu sentido de se relacionar novamente com alguém.
Minhas impressões?
Antes de mais nada, a vaga concepção de Deus. Em alguns momentos ela O define como um Ser sobrenatural, noutras com a natureza e ainda com o seu Eu interior, que na tradição budista é a essência da divindade. O Budista não crê em um Deus pessoal, mas a divindade é encontrada dentro de si mesmo e nas dimensões de sua ancestralidade. Curiosamente, é uma religião sem Deus. Portanto, a busca da autora por Deus é algo “Nowhere, Nobody e Non-sense” (Em lugar algum, a nenhuma pessoa e sem sentido algum). Algo bem distinto da religiosidade Judaico-cristã, que fala em um Deus que tem identidade e personalidade, que se apresenta como “O Deus de Abraão, Isaque e Jacó”, como o “Deus