Etapas no desenvolvimento de uma típica relação matrimonial

MORENO, J. L. Psicodrama, São Paulo: Cultrix, 1997. p. 401 – 408.

Etapas no Desenvolvimento de uma Típica Relação Matrimonial

De acordo Moreno, a construção de um desenvolvimento típico de uma relação matrimonial pode ser feita a partir de casos psicodramáticos de conflitos conjugais, pois duas pessoas antes de se casarem têm distintos átomos sociais. Uma alteração no comportamento e na organização de seus respectivos átomos sociais ocorre quando os dois parceiros passam do estado pré-marital ao casamento, e a concretização dessa situação matrimonial não só precipita novos papéis para os parceiros conjugais, mas debilita ou intensifica papéis já estabelecidos entre ele, por exemplo, o papel de amante. Essa situação matrimonial e seus papéis conseqüentes provocam novas satisfações ou acarreta novos atritos. Portanto, alguns dos desequilíbrios que existiam no estado pré-marital desaparecem e nos desequilíbrios emergem. O padrão de relações de papéis em torno de um indivíduo, como seu foco, tem o nome de átomo cultural desse indivíduo. O adjetivo cultural justifica-se quando consideramos os papéis e relações entre papéis como o desenvolvimento mais significativo em qualquer cultura específica. Depois do casamento, duas pessoas aprendem a conhecer-se mutuamente em muitos mais papéis do que antes do casamento, e em alguns dos papéis pré-maritais, aprendem a conhecer-se mais intensivamente. A mudança do que é uma situação puramente matrimonial (onde não existem filhos) para a situação de família, acarreta novas alterações no comportamento dos dois conjugues. Os papéis de marido e mulher são cada vez mais restringidos a situações que lhes permitam manter intimidade de outros tempos.

Readestramento dos Parceiros Conjugais no Palco Psicodramático Existem duas maneiras dos sujeitos psicodramáticos apresentarem seus desajustamentos. A primeira é pretender que a outra pessoa ou pessoas envolvidas são culpadas.