Etapa 1 2
Se queremos educar para a compreensão humana, temos que educar em valores, em convicções e em atitudes. Uma educação com tais características é o que podemos chamar de educação conscientizada e transformadora. E o professor tem papel crucial nessa formação. É no ambiente escolar, através das vivências cotidianas nesse microcosmo, com seus pares e com os adultos, que a criança incorporará princípios básicos de justiça, tolerância, solidariedade, amor e respeito pelos direitos e deveres; e futuramente reproduzirá essas posturas na sociedade e no mundo em que vive.
Nos estudos realizados por Piaget, o processo de construção da moralidade na criança ocorre em três estágios de desenvolvimento. Durante esse processo, enquanto ela organiza o pensamento e o julgamento, pode-se observar atitudes dominantes de acordo com a idade. Segundo Piaget, a criança passa por uma fase pré-moral, caracterizada pela anomia (a: negação; nomia: regra, lei), coincidindo com "egocentrismo" infantil, que vai até aproximadamente os 4 ou 5 anos deidade. No período sensório-motor não existem regras; as necessidades básicas determinam as normas de conduta. Quando a criança atinge 7 ou8 anos, tem início a fase da moralidade heterônoma, caracterizada pelo comportamento de submissão às regras e aos deveres impostos coercitivamente. Nesse período, ela compreende as regras como sagradas porque quem as informa é o adulto, cuja superioridade é, para ela, inquestionável e inatingível. Segundo a teoria piagetiana, a substituição recíproca de pontos de vista é a condição que define a reciprocidade normativa de ordem moral. Respeitar o outro consiste, então, em atribuir à sua escala de valores um valor equivalente ao da sua própria escala. Isso não significa, absolutamente, adotar a escala