Estágio em Psicologia Clínica
O artigo transita na experiência da autora, com mais de dez anos supervisionando alunos em sua primeira experiência em atendimento clínico. O artigo está pautado na ideia psicanalítica de fazer clínica, por isso esse foco na ansiedade e nas fantasias por parte dos estagiários. O mais interessante de todo o texto é o modo como a supervisão é compreendida e tomada como espaço de acolhimento do próprio psicólogo. De fato, a primeira vez em qualquer situação gera ansiedade e uma expectativa, e creio que se isso não acontecesse não valeria a pena. Mas o artigo em si não traz nada de surpreendente. O que poderia ser levantado como uma questão de aprendizado é o modo como os estagiários se envolvem ao ouvir outros relatos, se estão realmente aptos a desenvolver a escuta clínica e ajudar o colega estagiário a sobejar sua compreensão do caso clínico. Algo que é relatado constantemente durante o texto, mas em segundo plano. Por outro lado, o texto admite que a relação entre cliente e psicólogo seja de outra ordem, a base desse relacionamento está assentada no autoconhecimento. O que eu não me cai bem nesse texto é o tom de mistério que a autora entrega como se fosse algo que foge de explicações plausíveis e cientificamente embasadas. O jeito que o terapeuta entende e ver muitas coisas e disso decorre a sua ajuda é simplesmente o resultado das consequências dessa relação que há e que, na verdade, envolvem muitos elementos de base que reforçam esse relacionamento. Deve ser por causa da limitação que a teoria psicanalítica tem, e por isso se nega a entender que o aprendizado é um processo contingencial e determinado que independa do funcionamento do improvável aparelho psíquico. Na página 13 do referido artigo, a autora discorre da semelhança que existe entre outros relacionamentos