Estudos estatísticos
A vida é sempre a mesma para todos: rede de ilusões e desenganos. O quadro é único, a moldura é que é diferente. (Florbela Espanca)
Olá Florbela Espanca, eu sou….da Escola Secundária de Porto de Mós e começo já por dizer que é uma grande honra poder estar a entrevistá-la tendo em conta o seu percurso na poesia portuguesa. Poder estar em contato com uma figura tão fascinante tão importante a nível da poesia é realmente único. Esperemos que com esta entrevista nos possa clarificar alguns aspetos curiosos para nós e também possamos transmitir às outras pessoas o que a levou a escrever os seus poemas e a tomar certas decisões que tomou.
Florbela, pode-nos falar um pouco de si?
Nasci há 119 anos, em 1894, em Vila Viçosa e fui educada pelo meu pai e pela minha madrasta e vivi também com o meu irmão. Estudei em Évora e tirei o curso de direito na universidade de lisboa. Trabalhei como jornalista e tradutora. Casei-me 3 vezes e sofri um aborto espontâneo. A minha poesia concentra-se na minha situação emocional e faz lembrar os poemas do romantismo. Suicidei-me no meu 36º aniversário.
Porque lhe chamaram Flor Bela?
Quando a minha mãe tinha acabado de dar à luz perguntou se era menino e o médico respondeu: Não, é uma menina, uma flor! Por isso chamaram-me Flor Bela de Alma da Conceição.
Quando começou a escrever?
Comecei a escrever quando andava na escola primária, em 1903/1904. Assinava os meus textos com Flor d’Alma da Conceição. As minhas primeiras composições poéticas foram escritas em redondilha maior em homenagem ao meu irmão Apeles. Uma das obras que escrevi pouco tempo depois disso foi o meu primeiro conto intitulado de “Mamã!” e no ano seguinte infelizmente a minha mãe faleceu.
Tem boas recordações da sua infância?
Apesar do meu pai não me reconhecer como filha legítima, fui feliz com ele, como meu irmão e a minha madrasta.
“Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras