Experiências de polinização artificial, como as efetuadas com plantas ornamentais visando a obtenção de novas variações de cor, levaram aos experimentos que serão discutidos a seguir. A regularidade notável com que reaparecem as mesmas formas híbridas toda a vez que ocorre polinização entre as mesmas espécies influenciou experimentos adicionais cujo objetivo foi acompanhar o desenvolvimento dos híbridos na sua descendência. Numerosos observadores, tais como Kölreuter, Gärtner, Herbert, Lecoq, Wichura e outros, dedicaram a este objetivo parte de suas vidas com inesgotável perseverança. Especialmente Gärtner, em seu trabalho Die bastarderzeugung im Pflanzenreiche (A produção de híbridos no reino vegetal) apresentou observações muito importantes. Recentemente, Wichura publicou os resultados de algumas investigações detalhadas sobre os híbridos de salgueiro. O fato de até agora não ter sido formulada uma lei geral aplicável à formação e desenvolvimento dos híbridos não deve surpreender ninguém que esteja familiarizado com a extensão do trabalho e possa avaliar as dificuldades que têm que ser enfrentadas em experimentos dessa natureza. Só poderá chegar-se a uma decisão final quando dispusermos dos resultados dos experimentos detalhados realizados com plantas pertencentes às mais diferentes ordens. Aqueles que conhecem trabalhos neste campo chegarão à conclusão de que entre os numerosos experimentos realizados, nenhum foi executado em extensão e maneira tais que torne possível determinar o número de formas diferentes que aparecem na descendência dos híbridos, ou que permitam classificar estas formas com segurança de acordo com as gerações ou estabelecer com precisão suas relações estatísticas. Realmente, requer alguma coragem compreender um trabalho tão extenso, entretanto, parece ser o único caminho correto pelo qual podemos finalmente alcançar a solução de uma questão de tanta importância em relação à história da evolução das formas orgânicas. O trabalho aqui