Estudo do caso:Alicerces abalados na construtora BS
A construtora BS cresceu muito em poucos anos, as contas saíram do controle e vieram as dívidas. Cabe a seu fundador, o ex-pedreiro Sidnei dos Santos, reerguê-la
Luciana Barreto, da
São Paulo - Até recentemente, o catarinense Sidnei Borges dos Santos, de 37 anos, era dono de um negócio em ascensão. Sua empresa, a construtora BS, cresceu 125% entre 2008 e 2010, quando faturou 180 milhões de reais construindo galpões e casas pré-montadas. Santos, um ex-pedreiro que estudou até a 5a série, contratava profissionais egressos de grandes companhias como Ambev, Procter &Gamble e Gerdau.
Os diretores da BS recebiam até oito salários por ano de participação nos lucros. A empresa estava no auge, e Santos sentia-se à vontade para rejeitar propostas de investidores interessados em comprar uma participação na BS.
No começo de 2011, a trajetória de expansão foi interrompida. O pagamento de fornecedores atrasou. Obras pararam. O escritório em Porto Velho, onde a BS construía um condomínio de 500 casas, fechou, deixando descontente gente como o sonoplasta Carlos José Oliveira, de 29 anos. "Dei 5 000 reais de entrada numa casa e fiquei sem nada", diz ele.
Os problemas fizeram o Ministério Público de Rondônia pedir quebra do sigilo fiscal e bancário dos sócios da BS. Em decisão liminar, o pedido foi acatado.
Em novembro, Santos entrou com um pedido de recuperação judicial na comarca de Sorriso, em Mato Grosso, onde fica a sede da BS, que foi deferido pelo juiz Wanderlei dos Reis. (A recuperação judicial é um instrumento legal que permite a uma empresa renegociar débitos para tentar se reerguer. ).
O total da dívida da BS é estimado em 90 milhões de reais. Entre seus principais credores estão os bancos Itaú, Safra e Credit Suisse, fornecedores, funcionários e clientes que