Estudo de biodegradação de microcistina
O aumento considerável de efluentes de origem antropológica em sistemas aquáticos (lagoas, rios, oceano, etc) eleva os níveis de compostos ricos em fósforo e nitrogênio que favorecem, como nutrientes, a intensa proliferação (florações) de microrganismos procariontes conhecidos como cianobactérias.
Tais microrganismos podem ter a capacidade de produzir metabolitos secundários que são substâncias tóxicas (cianotoxinas) ao mamíferos, bem como para todos os níveis tróficos, o que se torna um problema de saúde pública quando atinge a população humana. Não se sabe ao certo o motivo da produção desses componentes pelas células procariontes.
Dentre as cianotoxinas, as microcistinas são as mais estudadas e amplamente encontradas em florações de diferentes locais do planeta. Elas podem promover lesões teciduais, principalmente no fígado, e promover a carcinogênese.
As microcistinas vêm sendo frequentemente encontradas na Lagoa de Jacarepaguá (RJ) por estudos realizados desde 1996. Apesar da presença constante, são dificilmente encontradas dissolvidas ou estão em baixas concentrações na coluna d'água, fato que pode ser explicado possivelmente devido a rápida adsorção a partículas em suspensão e consequente sedimentação, além da atividade de biodegradação por microrganismos presentes na interface água/sedimento.
Para compreender melhor o destino dessas toxinas, o ensaio de biodegradação e adsorção são essenciais neste estudo. De fato, resultados preliminares nos mostram uma elevada atividade de biodegradação por um ''consórcio'' de microrganismos recuperados da água e do sedimento, sendo observado ao longo de 7 dias o ''desaparecimento'' da toxina. Porém tal ocorrência não é exclusividade do processo de biodegradação, já que em experimentos realizados com água e sedimento autoclavados (onde não deveria haver a presença de microrganismos viáveis) notou-se uma diminuição da concentração de microcistina.
Logo, num ambiente aquático onde se tem a ocorrência de