Estudo da remoção de metais tóxicos em efluentes industriais após irradiação com feixe de elétrons
Os Processos de Oxidação Avançada (POA) utilizando aceleradores de elétrons, têm chamado a atenção da comunidade científica, devido a sua capacidade de mineralizar os compostos orgânicos tóxicos, à partir da formação de radicais altamente reativos. Este processo vem sendo adotado por vários países para a remoção de compostos orgânicos e para a degradação biológica de efluentes e esgotos. Foram realizados estudos de remoção de metais em soluções simuladas e em efluentes reais coletados em 3 pontos da Estação de Tratamento de Esgoto
SABESP - Suzano (Afluente UNA, Grade Média e Efluente Final), utilizando acelerador de elétrons. As amostras de efluentes foram submetidas a diferentes doses de irradiação (20, 50, 100, 200 e 500 kGy). Foram verificados o comportamento de remoção de metais Ca, Cl, S, P, K, Al, Fe, Cu, Ni, Cr, Zn, Si,
Co, Mn, As, Se, Cd, Hg e Pb. A determinação dos elementos foi realizada com a técnica de fluorescencia de raios X (WD-XRFS) utilizando o método de
Parâmetros Fundamentais, em amostras preparadas na forma de camada fina.
Os elementos Fe, Zn, Cr e Co apresentaram uma remoção > 99% a 200 kGy de dose de irradiação nas amostras de efluente real. Na mesma dose, os elementos
P, Al e Si apresentaram uma remoção de 81,8%, 97,6% e 98,7%, respectivamente. Os elementos Ca e S foram removidos num grau > 80% a 20 kGy e Na, Cl e K não apresentaram nenhuma remoção. A eficiência de remoção de As, Se, Cd, Hg e Pb foi estudada nas amostras simuladas e efluentes reais com adição de agentes complexantes EDTA e NaCOOH. Os elementos As e Hg apresentaram uma remoção de 92% e 99%, respectivamente, com adição de
NaCOOH à uma dose de irradiação de 500 kGy. O Se apresentou uma remoção de 96,5% com a mesma dose de irradiação no efluente bruto sem adição de complexante. A remoção de Cd e Pb não apresentou uma remoção significativa, uma vez que todos os ensaios foram realizados no meio oxidante.
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