Estuadante
ENSINO DE BIOLOGIA: unindo os saberes para a aprendizagem
Tatiana de Faria Pedersoli
Introdução
A história da escola rural no Brasil é marcada pelo esquecimento, domínio da visão urbana e sempre entrelaçada a preocupações relativas a outros campos, como os da política, desenvolvimento econômico, segurança nacional e da colonização interna. Durante a década de 20, o autoritarismo fortalecido pela
‘política dos governadores’ e o desinteresse por parte das oligarquias rurais em difundir o ensino e as insuficientes verbas destinadas à educação marcam a extrema precariedade de funcionamento das escolas rurais (PRADO, 1995). A partir da década de 30 a educação rural passa ser tratada mais seriamente pelo Estado. Com as mudanças no quadro político dirigente do país e a ascensão de um grupo com compromissos políticos de solucionar a questão social, associado à necessidade de conter a forte migração do homem do campo para os centros urbanos, retorna-se à defesa da educação rural, na tentativa de promover a volta ao campo. A emigração do homem rural provoca o esvaziamento do campo e, consequentemente, o não desenvolvimento agrícola, atingindo a marca distintiva da vocação agrícola brasileira (MAIA, 1982; PRADO, 1995, DAMASCENO E BESERRA, 2004).
É neste contexto que ideias discutidas durante as décadas passadas consolidam a ‘pedagogia ruralista’. Propunha-se uma escola integrada às condições locais, regionalista, cujo objetivo maior era promover a ‘fixação’ do homem ao campo visando à valorização do homem rural através de uma escola com o objetivo de formar mão-de-obra especializada ao seu meio e garantir a produtividade agrícola do país (PRADO, 1995). Desta forma atendia-se aos interesses de diferentes grupos, o da oligarquia rural, porque fixava o homem ao campo, e do grupo industrial, ameaçado pelo inchaço das cidades. Este modelo de educação rural esteve ligado aos projetos de modernização do campo