estruturas
Maria Lucia Boarini
Professora do Departamento de Psicologia da UEM
Relatar uma experiência que ordene os fatos numa certa ordem lógica-cronológica não é uma tarefa difícil. No entanto, para captar a síntese das relações que se estabelecem no seu interior é necessário um certo esforço de reflexão. Esforço que exige um parâmetro teórico que possibilite ir além do objeto de análise, para a abarcar as relações externas que determinam a própria forma de ser do objeto.
Ao registrar essa experiência de Estágio em Psicologia do Trabalho, em um Posto de Saúde Comunitário (1), nosso esforço vai no sentido de superar a forma estritamente descritiva. Só para efeito de exposição, dividiremos o trabalho em duas partes. Na primeira permanece, ainda, a forma descritiva para facilitar a compreensão do leitor e, na segunda, pretendemos fazer uma avaliação crítica sobre a experiência, para que produza subsídios tanto para o curso de formação de psicólogos quanto para que (re)-oriente a nossa própria experiência.
A prática Este trabalho em Posto de Saúde Comunitário vem se desenvolvendo há três anos consecutivos, a nível de estágio curricular, por grupos de acadêmicos sob a supervisão de professores da Universidade Estadual de Maringá. Anualmente o grupo de alunos que varia entre 3 e 4 elementos, se renova, ou seja, o grupo que já cumpriu as horas de estágio obrigatórias cede lugar a um novo grupo de alunos que estará cumprindo a mesma exigência. O Estágio no Posto é feito na área de Psicologia Clínica e Trabalho e supervisionado por dois professores das respectivas áreas, que se reúnem, semanalmente, para discussão das atividades em desenvolvimento.
O primeiro trabalho de estágio se iniciou em agosto de 1984. A queixa principal da supervisora-enfermeira deste Posto, que o visita em alguns dias da semana, era quanto à baixa freqüência à instituição. Atribuía-se este fato ao alto nível