Estrutura da Economia Portuguesa
A Evolução Recente da Distribuição do Rendimento em Portugal
Introdução e Fontes de dados
A fonte principal de dados sobre a distribuição do rendimento dos agregados familiares em Portugal é a série dos Inquéritos aos Orçamentos Familiares que o INE tem vindo a efectuar desde 1968. Os Inquéritos têm vindo a mudar de conteúdo (e de nome), mas os três mais recentes, de 1980/81, de 1989/1990 e o de 1994/5 são suficientemente ricos para permitir uma análise cuidadosa dos rendimentos e despesas ao nível dos dados por agregado familiar. Estes dados foram objecto de um conjunto variado de trabalhos que começam a constituir uma literatura com alguma solidez empírica. As subsecções seguintes reportam os resultados essenciais apurados na literatura referida.
O ponto de partida para o estudo da distribuição do rendimento em Portugal será sempre a constatação de que os rendimentos reais em Portugal têm vindo a subir marcadamente nas últimas décadas. O Quadro A mostra o crescimento dos rendimentos totais dos agregados familiares desde 1980, num total de 38%, ou seja ao ritmo composto anual aproximado de 2.2%.
Ano e Conceito de Rendimento
Média
Desvio Padrão
Total 80
1367.4
1032.5
Total 90
1613.4
1224.4
Total 95
1873.6
1589.5
Equivalente 80
548.8
380.1
Equivalente 90
685.5
468.3
Equivalente 95
802.3
621.8
Quadro A: Distribuição do Rendimento em Portugal: médias e desvios-padrão
Fonte: Inquéritos aos Orçamentos Familiares, INE e cálculos do autor.
Nota: Preços de 1990. Média do rendimento total refere-se à distribuição dos agregados. Média do rendimento equivalente refere-se à distribuição individual.
No entanto temos que durante este intervalo houve uma alteração substancial nas estruturas demográficas e na composição das famílias pelo que a evolução da distribuição individual do rendimento equivalente (uma forma mais sofisticada de ter em conta as necessidades familiares que o rendimento