estratégia organizacional
Nelson Santos António
1. O Problema
O que distingue a estratégia organizacional, das outras disciplinas da ciência da gestão? O que a diferencia enquanto disciplina autónoma?
Desde os seus primórdios que a estratégia organizacional tem objecto próprio, que consiste no estudo da relação das organizações (como um todo) com o seu meio envolvente, numa perspectiva de longo prazo
(como a definição de Andrews, que pautou, em meu entender, a investigação na área da estratégia organizacional , demonstra).
A palavra estratégia deriva do grego strategos , ou “a arte do general”. O que poderá significar esta origem? O que é que o trabalho do general tem de especial quando comparado com o do comandante de campo? O general é responsável por múltiplas unidades em múltiplas frentes e por múltiplas batalhas ao longo do tempo. O desafio colocado ao general (e o valor que o generalato acrescenta) é a orquestração e a visão do conjunto. Os grandes generais pensam sobre o todo.
Neste artigo apresentamos a evolução do pensamento e das práticas referentes à estratégia organizacional desde os anos de 1960, salientando os aspectos característicos desta disciplina, que como anteriormente referimos se consubstanciam no longo prazo e na visão integradora. As mudanças de intensidade variável, que ocorrem na envolvente, obrigam cada época a produzir os seus conceitos, as suas práticas, os seus instrumentos de gestão. É precisamente sobre os conceitos, as práticas e os instrumentos de gestão inseridos no contexto em que foram gerados, que iremos reflectir, para melhor compreendermos a transformação do pensamento estratégico nos últimos 40 anos.
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Na
evolução
do
pensamento
sobre
estratégia
organizacional
podemos distinguir dois momentos principais: (a) o momento do posicionamento e, (b) o momento do movimento (figura 1).
No primeiro momento a estratégia organizacional é associada