Estoicismo no filme Avatar

ECOS DO HELENISMO NA MODERNIDADE
Ecos do ESTOICISMO no Filme AVATAR (2009)
Para o estoico, o homem é guiado pela razão, e o mundo que a razão apresenta ao homem é a Natureza e não existe nada superior a ela, não estando, portanto, Deus fora da Natureza, mas impregnado nela.
Avatar, por sua vez, um filme americano de ficção científica de 2009, retrata a vida em um planeta chamado Pandora, que é habitado por uma espécie de humanoides, os Na'vi; estes medem quase 3 metros de altura, com cauda, ossos naturalmente reforçados com fibra de carbono e pele bioluminescente; os habitantes de Pandora vivem em plena harmonia com a natureza, venerando-a como a deusa da vida, chamada Eywa.
Analisando-se, é possível perceber a influência, intencional ou não, da visão estoica sobre o enredo do filme em questão; uma vez que a primeira e mais importante das ideias gerais do estoicismo, foi a exaltação da natureza, considerada como uma grande ordem universal, presidida pelos deuses que a animavam.
Se para os estoicos o homem não pode ir de encontro à lei da natureza, lei suprema e universal, ele também não pode se separar da divindade; esta ideia se traduz no filme, pois os Na’vi não devem se separar da natureza em que vivem, e tal ligação se dá de forma tal, que seus corpos físicos fazem um real contato interacional com a Natureza que veneram, tornando-se um com ela em várias ocasiões. Para os Na’vi, tudo que importa é a Natureza, sua preservação e o seu contato constante com esta; a Natureza os governa.
É interessante ainda perceber que apesar de o filme terminar por retratar a guerra dos Na’vi para salvar sua terra, o que seria claramente uma oposição ao ideal estoico de que nossa atitude diante das adversidades e da própria morte deve ser de total “apatia”, o que se alcança pela prática da virtude; ele também revela que esta guerra dos Na’vi se dá exclusivamente a fim de proteger a Natureza; não é uma guerra contra o destino e a natureza, que condena os estoicos, mas contra