ESTE TRABALHO
Trinta anos depois de seu lançamento, a edição em português, com suas ilustrações que se desdobram e sua linguagem precisa e irreverente, pode parecer trazer um livro datado. É o caso, no sentido de que a apologia da auto-estrada veio antes dos movimentos ecológicos e da crise do petróleo. E também no sentido de que as obras mais significativas e influentes têm lugar e data. Nesse caso, Estados Unidos, início dos anos 1970, do mesmo modo que manifestos modernistas são europeus, década de 1920. Ao mesmo tempo, podemos aprender com a publicação, ainda que seja aprender a ver o que desaprendemos. Basta olhar para novos e celebrados edifícios em São Paulo, com formas que lembram livros e frutas. Comunicam, sem dúvida. Edifícios-pato? Ou então, viajemos por algumas de nossas estradas de quatro pistas, plenas de shopping-centers, grandes complexos comerciais, hotéis, clubes, parques temáticos, condomínios fechados em ambos os lados. Há muito que a arquitetura real, a construção da “cidade-como-ela-é” já entendeu, a seu, modo, a lição de Las Vegas. Paraísos artificiais como as cidades da Disney Corporation têm patos, main-streets, galpões decorados. E foram projetados por arquitetos