Estagios
No ambiente manicomial, há um empobrecimento da dignidade pessoal. Não existe qualquer tipo de tarefa, o paciente não possui nada que possa ser sentido como próprio, nem sua própria roupa, portanto perde sua Identidade. È um mundo onde ele se sente desqualificado e coisificado. Isto o faz perder o sentimento de autonomia, de auto-respeito. No ambiente hospitalar qualquer atitude é interpretada como “coisa de louco”, Embora nem todas as atitudes sejam permitidas, visto que só lhe é permitido ser um “louco adaptado”, as normas e regras da Instituição. Sabemos que após um surto psicótico, o paciente pode se readaptar ao mundo convencional, desde que seja assistido adequadamente. Porém isto não ocorre, quando este já está internado num manicômio. Apenas, agora é tarde para sair tão rapidamente como entrou, porque a pessoa tem seus vínculos cortados, perde contato com os amigos, interfere no emprego, além de ter o estigma de “louco”. Admitimos que com o estímulo social e afetivo conseguimos recuperar estes pacientes para um comportamento dito normal, adaptado. O lugar físico dos hospícios, o ambiente, tem como característica básica de ser um lugar fechado, isolado do exterior. São espaços coletivos, sem possibilidade de que o paciente possa isolar-se ou estabelecer algum tipo de espaço reservado onde organizar o espaço do Eu, ou o que se chama de sua “bolha pessoal”; isto é absolutamente necessário para a manutenção da Identidade Pessoal, que, nos casos de perturbação mental, encontra-se desorganizada. Esta falta absoluta de privacidade pessoal é uma forma de controle da Instituição, onde o paciente deve ser continuamente vigiado. Tudo está organizado para uma melhor vigilância por parte dos profissionais que ocupam um papel mais de vigilantes do que terapêuticos. Em muitos casos para superar esta falta de privacidade, surge uma necessidade de um retraimento, do autismo