estados unidos e ira
Outras Palavras
EUA X Irã: como a paz tornou-se possível
Para horror dos que ganham com a guerra, Teerã tem liderança esclarecida e Washington já não pode suportar mais um conflito por Ignacio Ramonet | Tradução: Maurício Ayer — publicado 12/11/2013 16:45 inShare
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Mulheres iranianas diante de imagem anti-EUA. Como gesto de boa vontade, cartazes como este estão sendo retirados das ruas, pela prefeitura de Teerã
[Este é o blog do site Outras Palavras em CartaCapital. Aqui você vê o site completo]
Os gestos de aproximação entre Teerã e Washington multiplicam-se rápido. Uma nova era parece começar. Agora, parece possível uma solução política, para pôr fim ao conflito a respeito da energia nuclear que opõe, há mais de trinta anos, o Irã e os Estados Unidos. De repente, gestos recíprocos de conciliação tomaram o lugar das ameaças e ofensas proferidas durante décadas. A ponto de a opinião pública se perguntar como passamos tão depressa de uma situação de enfrentamento constante à perspectiva, agora plausível, de um acordo.
Há apenas dois meses, no início de setembro passado, estávamos – uma vez mais – à beira da guerra no Oriente Médio. Os meios de comunicação de alcance global anunciavam em seus títulos o “ataque iminente” dos Estados Unidos contra a Síria, grande aliado do Irã, acusada de ter cometido, em 21 de agosto, um “massacre químico” na periferia de Damasco.
A França, por razões ainda enigmáticas, estava na linha de frente. Pronta a participar desse ataque, sem autorização do Conselho de Segurança da ONU, sem solicitar a concordância de seu Parlamento e sem esperar o relatório dos especialistas das Nações Unidas... David Cameron, primeiro-ministro britânico, estava igualmente empenhado nesta nova “coalizão internacional” decidida a “punir” Damasco como ela havia “punido” (com o apoio da OTAN), em 2011, a Líbia do coronel