Estabilizacaodademocracia
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2.2. Da revolução à estabilização da democracia2.2.1. O movimento das forças armadas e a eclosão da revolução
No início dos anos 70, o impasse em que se encontrava a guerra colonial começou também a pesar sobre o exército. Foi este sentimento que induziu o general Spínola a publicar Portugal e o Futuro e foi igualmente este sentimento que transformou um movimento de oficiais no movimento revolucionário que derrubou o Estado Novo.
O Movimento dos Capitães nasceu em julho de 1973, como forma de protesto contra dois diplomas legais que facilitavam o acesso dos oficiais milicianos ao quadro permanente do exército. Os oficiais de carreira, sobretudo capitães, rapidamente viram satisfeitas as suas reivindicações mas, nem por isso, o Movimento esmoreceu.
O Movimento dos Capitães depositou a sua confiança nos generais Costa Gomes e Spínola.
Face a estas posições e ao impacto do livro de Spínola, Marcello Caetano faz ratificar a orientação da política colonial e convoca os oficiais generais das Forças Armadas para uma sessão solene. Costa Gomes e Spínola não compareceram à reunião sendo, no mesmo dia, dispensados dos seus cargos.
Estes acontecimentos deram força àqueles que, dentro do Movimento (agora designado MFA – Movimento das Forças Armadas), acreditavam na urgência de um golpe militar que, restaurando as liberdades cívicas, permitisse a tão desejada solução para o problema colonial.
Depois de uma tentativa precipitada, em março, o MFA preparou minuciosamente a operação militar que, na madrugada do dia 25 de Abril de 1974 pôs fim ao Estado Novo.
Operação “Fim-Regime”
A operação “Fim-Regime” do Movimento das Forças Armadas decorreu sob a coordenação do major Otelo Saraiva de Carvalho, de acordo com o plano previamente definido: depois da transmissão, pela rádio, das canções-senha, as unidades militares saem dos quartéis para cumprirem as missões que lhes estavam destinadas.
A única falha no plano previsto – a prévia neutralização dos comandos do Regimento de