Esqueça a lâmpada e pilote o avião
A aeronave (modelo Lockheed L-1011-1 Tristar) tinha apenas quatro meses de uso e era pilotada por uma equipe extremamente experiente: o comandante Robert Loft acumulava 32 anos de trabalho e 29.700 horas de voo, sendo 280 horas apenas naquele modelo de aeronave, Albert Stockstill, copiloto, possuía 5.800 horas de voo e o engenheiro de voo, Donald Repo, 15.700 horas. Também estava na cabine um especialista em manutenção da empresa, Angelo Donadeo, que pegava uma carona até Miami.
Ao se aproximar do Aeroporto Internacional de Miami o copiloto baixou o trem de pouso, mas notou que uma das três luzes verdes indicadoras do equipamento não havia acendido. O trem de pouso foi levantado e baixado diversas vezes e apenas as luzes dos conjuntos das rodas traseiras acendiam; a do dianteiro continuava apagada. O piloto abortou a aterrisagem e comunicou o problema à torre de controle, que os instruiu a subirem a 2.000 pés (610m) e a sobrevoarem os Everglades, uma região pantanosa do Estado da Flórida, até que resolvessem o problema.
Ao atingir tal altitude, o comandante ligou o piloto automático que, à época, era um dos mais modernos, capaz inclusive de pousar o avião sem intervenção humana. A partir de então todos na cabine se concentraram na lâmpada apagada.
O problema era com o trem de pouso ou com a luzinha? Ou com ambos? Cada um dos quatro tripulantes dava sua opinião e sugeria esse ou aquele procedimento. Fizeram um teste que acendeu todas as lâmpadas do painel, menos aquela. Deram leves toques sobre o painel. Com dificuldade, o copiloto conseguiu abrir o painel e retirar a lâmpada. Todos olharam a lampadinha com atenção, sopraram-na e chacoalharam-na ao pé do ouvido, e nada de saber se ela estava mesmo queimada.
O copiloto tentou recolocar a lâmpada no painel e não conseguiu. Todos os presentes