Espelho de Príncipes
De acordo com que pregava este gênero filosófico-literário o rei deveria olhar para si mesmo através do espelho interior, de modo a seguir os ensinamentos do Livro da Sabedoria — base cristã clássica do gênero – para não cometer vícios em seu officium, função. Deste modo, instruía-se de virtudes cristãs e assim ser respeitado em todo o reino e por seus súditos. Ou seja, seguir os ensinamentos religiosos para conduzir/administrar o poder que detinha em mãos de modo a governar de acordo com a vontade de Deus.
“Purificando a si, purifica também o reino que dirige, pois rei e reino são como um só.
O rei é o elo de salvação dos súditos e elevação do reino terrestre à categoria de reino celeste.”
O Espelho de Príncipes influenciou a filosofia política cristã a partir do ponto em que, para o rei receber a iluminação divina da Sabedoria através da análise virtuosa de si, e através desta análise, através do Espelho cumprir de maneira sábia sua função com justiça.
“A justiça é a principal função real medieval.
Alicerçada no sagrado, ela se fazia presente
Especialmente nesta ideologia monárquica cristã medieval”
Assim como “a imagem de uma pessoa está sujeita a receber a influência de seu modelo, como um Espelho( Plotino)” para a filosofia política cristã o Espelho de Príncipes é o instrumento de conhecimento de si mesmo, levando o rei a prática do autoconhecimento para alcançar o aperfeiçoamento moral e de modo a agir com sabedoria, passando uma imagem de homem virtuoso, servindo de modelo/espelho perante seu reino. Ensinamentos que visavam definir virtudes para que este pudesse governar numa perfeita monarquia.
Platão e Aristóteles são as duas vertentes clássicas da filosofia política medieval, e os