ESP CIES LITER RIAS
Todas estas espécies pertencem ao gênero narrativo. Elas têm na base a arquitetura narrativa: fato, tempo, lugar, personagem, causa, modo e consequência. Podem apresentar analogia metonímica, evocação e sugestão, mensagem. Alicerçam-se na história e na ficção. Embasam-se às vezes mais nesta que naquela. In factum fictum est ou in fictum factum est. Espelham a cultura de uma época. Hegemonizam às vezes os lastros históricos, outras vezes os indigenistas; às vezes os sociológicos ou políticos, outras vezes os psicológicos ou religiosos; às vezes a razão, outras vezes a emoção. Nelas há presença da denotação [linguagem com semântica real, racional, objetiva] e da conotação [linguagem com semântica figurada, emocional, subjetiva]. Níveis de linguagem predominantes: padrão e literário. Podem fazer usos, conforme as necessidades históricas e literárias ou ficcionais, dos níveis próprios da fala: coloquial, vulgar, regional, gíria e calão. Seguem alguns conceitos, algumas características e alguns dados outros de uma e outra espécie literária.
Romance é uma macro-história. Destaca-se em quantidade de páginas e em elementos da arquitetura narrativa: fatos, tempos, lugares, personagens, modos e consequências. Pode ser monofônico [predominância] ou polifônico [duas ou mais histórias, dois ou mais enredos]. Vidas Secas, de Graciliano Ramos, é romance monofônico, e Incidente em Antares, de Érico Veríssimo, é romance polifônico. O verdadeiro fundador do romance no Brasil foi José de Alencar (1829-1877). Tempo do Romantismo – base: emoção.
Novela é uma micro-história. Apresenta menos páginas e personagens que o romance. Também menos elementos do enredo narrativo global: lugares, tempos, modos... Ela reduz as extensões e as profundidades dos campos históricos e ficcionais, e, como consequência, os campos de apresentação e análise dos fatos [da realidade]. Essa espécie literária tem gosto pelas peripécias, linearidade dos caracteres e dos