Escutismo para rapazes
Por Robert Baden-Powell, editado por Elleke Boehmer
382 páginas, Oxford Crítica literária publicada no Jornal The Guardian, a 13 de Março de 2004 ‘Escutismo para Rapazes’ foi um dos livros mágicos do século XX. Os seus encantos não eram literários – foi reunido num clima de improvisação excitada, para ser editado à pressa em fascículos quinzenais no início de 1908. O ser pouco literário, o ser prosa de revista juvenil, formou muito do seu apelo a uma audiência jovem que valorizava a animação, a variedade e a recusa do aborrecimento. O seu autor, Robert Baden-Powell, era um tenente-general do Exército Britânico e um nome familiar desde o seu comando de Mafeking durante o cerco de 7 meses entre 1899-1900, na Guerra dos Boers. Um homem ambicioso e um psicólogo arguto, BP parece ter ido buscar à juventude imortal da sua própria personalidade a base da sua mais ambiciosa ideia: um movimento para inspirar a cidadania nos jovens através da autodisciplina e actividades práticas. O seu sucesso foi instantâneo. Antes mesmo que os fascículos fossem condensados sob a forma de livro, havia rapazes a formar Patrulhas, a improvisar uniformes, e a importunar adultos para que fossem seus Chefes. O Escutismo espalhou-se tão rapidamente que BP teve de se esforçar para manter o controlo do que criara. Quando morreu, em 1941, havia milhões de Escuteiros por todo o mundo, e o seu manualzito tinha vendido mais que qualquer outro livro inglês na sua época. Os Escuteiros chamam aos não-iniciados “pata-tenras”. Como um pata-tenra incorrigível que sou, completamente incapaz de fazer pão no meu casaco ou dar o nó de barqueiro no escuro, eu li as instruções, exercícios, jogos e “Palestras de Bivaque” de BP com um sentido de revelação. Claramente, o seu génio residia no despertar para a cidadania como para um reino de fantasia gratificante. É como se, ao lado das monótonas vidas das crianças, BP desenhasse o mapa de uma vida paralela, ligados em