escravos de ganho, escravo de eito e escravos domésticos
Escravos de Ganho
Os escravos de ganho eram escravos que, no período colonial e no Império, realizavam tarefas remuneradas, entregando ao senhor uma quota diária do pagamento recebido. Foi relativamente comum este tipo de escravo conseguir formar um pecúlio, que empregava na compra de sua liberdade, pagando ao senhor por sua alforria. As principais atividades a que se dedicavam eram as de carregadores, doceiras e pequenos consertos, embora alguns senhores induzissem as escravas à prostituição, o que era proibido por lei.
Um dos usos dos escravos ao ganho era o "Sistema de Tigres" (saneamento básico), onde os escravos negros africanos ao ganho desempenhavam o papel de carregadores de esgoto e de lixo em cidades como o Rio de Janeiro, Recife e Salvador. Eles colocavam barris cheios de dejetos nas costas e os levavam para o mar. Com o passar do tempo, as substâncias que escorriam dos tonéis (amônia e ureia) iam para seus ombros e os deixavam com listras brancas em sua pela negra, conforme secavam com o calor do sol - daí o apelido de "tigres".
Escravos de Eito
No meio rural, os chamados escravos de campo ou escravos de eito enfrentavam uma dura rotina, trabalhando em jornadas que poderiam alcançar dezoito horas diárias. Não bastando o desgaste físico provocado pelo trabalho predominantemente braçal, os escravos viviam mal instalados em senzalas, nas quais as condições de higiene eram bastante precárias. Sem contar com uma alimentação adequada, tais escravos tinham uma expectativa de vida variando entre 10 e 15 anos de