Escorregamentos
Nas últimas décadas, o acentuado aumento populacional unido de demais fatores agravantes da segregação sócio-espacial como a má distribuição de renda e a especulação imobiliária levaram porções menos privilegiadas da população a viverem precariamente em áreas problemáticas, como fundos de vale e encostas, mais suscetíveis a desastres naturais. Escorregamentos associados à instabilidade de encostas foram gradativamente atingindo uma parcela maior da população geral e se tornando um dos maiores problemas públicos. A fim de diminuir os danos socioeconômicos e as fatalidades causadas por desastres naturais, tanto as instituições governamentais quanto a comunidade científica vêm buscando meios de prevenir e diminuir os impactos gerados pelos escorregamentos. Um meio a ser citado é o sensoriamento remoto, o qual possui excelente aplicabilidade para estudos relacionados a escorregamento, como será apresentado a seguir.
O sensoriamento remoto destaca-se pela obtenção de séries históricas, rápida coleta de informações e baixo custo na aquisição de dados e informações (Schowengerdt, 1997, Mather, 1999). A investigação e documentação de escorregamentos através de imagens geradas com ferramentas do sensoriamento remoto levam a modelagem de propostas preventivas, seja por estabilização de taludes ou na elaboração de mapas de áreas de risco. Logo, é uma ferramenta importante para o planejamento e gestão urbana.
No sensoriamento remoto utilizam-se tanto imagens orbitais quanto aerofotografias de acordo com o tamanho do escorregamento, a dimensão espacial desejada e os fins de utilização da imagem. Imagens orbitais podem ser utilizadas para fornecer uma visão mais ampla da área de estudo e aerofotografias fornecem um maior detalhamento da área, fornecendo um contexto regional. A vantagem do sensoriamento remoto por satélite é que as informações são adquiridas na forma digital ou fotográfica e podem ser atualizadas