Escolas de samba mirins: organizações com problemas de “gente grande” 1
XXXIII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Caxias do Sul, RS – 2 a 6 de setembro de 2010
Escolas de Samba Mirins: Organizações com Problemas de “Gente Grande” 1 Ana Valéria Silva GONÇALVES 2 Jorge Castro de SOUZA 3 Mirian Martins da Motta MAGALHÃES4 Centro Universitário Augusto Motta, Rio de Janeiro, RJ Resumo O presente estudo tem como objetivo analisar a comunicação face a face que ocorre nas interações entre os diferentes atores que compõem as agremiações carnavalescas mirins. Estas organizações, desde sua fundação, têm como meta o resgate da autoestima de crianças e adolescentes de zonas carentes através de uma manifestação cultural bastante apreciada por elas – o carnaval. O desfile mirim é o ápice de uma dedicação que compreende disciplina, orientação e formação educacional, além da valorização de atributos individuais e coletivos, como a aptidão para as artes e o orgulho de suas origens. Para dar conta do objetivo da pesquisa, o quadro teórico-metodológico definido busca ampliar o escopo das observações através de uma reconceituação do termo desempenho, verificado e avaliado nos debates que serão apreciados.
Palavras-chave: comunicação; desempenho; cidadania; carnaval.
1. Introdução O carnaval, junto com o Reveillon, é responsável por 13% do PIB da cidade do Rio de Janeiro, provenientes da renda gerada pelo fluxo de turistas que essas duas grandes festas mobilizam. Ainda, sozinho, o carnaval carioca gera 500 mil postos de trabalho, formais e informais, diretamente ligados aos desfiles das agremiações carnavalescas ou não, representando para muitos indivíduos a principal fonte de renda. Nos institutos humanistas das universidades, em especial na antropologia e na sociologia, além da área das artes e da engenharia de produção, o carnaval é um assunto muito mais presente nos trabalhos científicos. Este fato se deve, em muito, pela sua relevante contribuição