Escolas de Enfermagem
Esta década foi marcada pelo populismo de Getúlio
Vargas, que, segundo Cavalcanti (1994, p. 21), “ quanto às suas características, o populismo [destacava-se] como um po- deroso agente de transformação do sistema econômico, da estrutura de classes e dos padrões de domínio político, (...)”..
O Estado queria mostrar que tinha um compromisso sólido com o povo, que se preocupava com suas necessidades, que agia de forma a suprimí-las e que buscava o desenvolvimento
“capaz de produzir o bem-estar de todos, independentemente de classe social”
(Gadotti, 1992, p.36).
A escola, na era Vargas
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, representava a maneira ideal de reprodução da nova ideologia desenvolvimentista, cabendo, portanto, dentro desta política, a criação de várias escolas de enfermagem. Esta atuação, segundo Baptista &
Barreira (1997a, p. 37), tem estreita vinculação com o estímu- lo do governo ao ensino profissionalizante, o qual foi regula- mentado na constituição de 1937, porque
“
os cursos de en- fermagem se assemelhavam aos cursos profissionalizantes: não se exigia o curso secundário(...), embora as enfermeiras formadas pela Escola Anna Nery ou por outras à ela equipara- das fossem consideradas de nível superior
”
.
Além disso, segundo Fernandes (1964, p.9),
“
o país no ano de 1943 dispunha de (...) 2500 enfermeiras, número este pouco significativo em relação a um aumento populacional intenso, a natural expansão da rede hospitalar e a necessida- de premente de programas sanitários
”
.
Dessa forma, foi in-
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Esc. Anna Nery Rev. de Enferm. Rio de Janeiro v. 4 n. 2 p. 197 - 208 agosto de 2000 tensificado o serviço federal para o saneamento da baixada fluminense e houve a criação dos Centros de Saúde e unidades sanitárias, trazendo à tona a preocupação em se ter mão-de-obra qualificada para atuar nesses novos empreendimentos.
Dentro desse contexto e num período em que era vigente “ a formação de um sistema ideológico