Escola

Volume metálico recobre edificação de concreto
Enfrentando uma topografia difícil, o destaque deste projeto é a criação de um volume forte, com fechamento em telhas metálicas azuis, que se contrapõe ao entorno e, ao mesmo tempo, possui delicada pormenorização, perceptível, por exemplo, no acesso.
Duas escolas da FDE dividem um terreno que ocupa totalmente uma quadra do bairro do Grajaú, periferia sul de São Paulo. A mais nova delas, concebida por Sérgio Kipnis, destaca-se do entorno assobradado, misto de residências e comércio, através do volume metálico e sobressalente na cor azul.
O funcionamento isolado das escolas - que não compartilham nem as áreas comuns, como recreação e acessos - restringiu o espaço para a nova construção a menos da metade do lote. Remanejando a quadra de esportes existente, o arquiteto posicionou a edificação na porção sul, onde é mais acentuada a diferença de nível entre a cota da terraplenagem e a do passeio público. O talude em L que contorna a escola vence cerca de seis metros de altura no ponto crítico, situação nada favorável ao projeto, sobretudo porque demanda considerável espaço livre.

Vista da face sul, com a passarela de acesso. Nos pavimentos inferiores estão as salas de aulas

O projeto tomou como ponto de partida a cota térrea da escola existente no lote, e a ela sobrepôs outros três pavimentos
Comprimida em meio à topografia de vale, a edificação se desenvolve em volume ortogonal de cinco pavimentos. O acesso principal ocorre na cota intermediária, através de pequena passarela; as salas de aulas foram posicionadas nos andares inferiores e a nova quadra poliesportiva, com pé-direito duplo, no pavimento superior.
É limitada a relação do edifício com as áreas livres circundantes, concentrando‑se quase todo o fluxo e as atividades institucionais no interior da construção. Os pátios de recreação, por exemplo, ocupam a posição central dos pavimentos inferiores, com as salas de aulas situadas na porção periférica.