Escola promotora de saude
Carlos dos Santos Silva Revisão da Saúde Escolar
Refletir sobre Saúde Escolar exige a identificação dos diferentes enfoques que têm condicionado o desenvolvimento de programas, projetos e/ou propostas sob essa denominação, bem como os limites e possibilidades das práticas que vêm se afigurando ao longo dos anos no processo de desenvolvimento histórico desse setor ligado, no campo da saúde, à pediatria e articulado com a área da educação. No que tange a uma proposta de saúde, torna-se importante conceber uma análise dos diferentes enfoques e conceitos de saúde de modo a permitir uma visão crítica das posturas que profissionais, setores da sociedade civil e o próprio Estado assumem frente à implementação de práticas voltadas para a atenção à saúde dos escolares. Os modelos higienistas de Saúde Escolar, desde o final do século XIX até o imenso número de especialistas que se aglomerou em torno da Saúde Escolar a partir do século XX(1), não atenderam, de fato, às necessidades de saúde dessa população e criaram uma equivocada tarefa da Saúde de ter que responder pelo processo de aprendizagem de crianças e adolescentes, medicalizando as questões da educação e privilegiando a prática terapêutica como modelo de intervenção junto ao sujeito e à sociedade. Tendo em vista a necessidade de avanços mais efetivos que possam subsidiar, nesse novo milênio, uma prática mais participativa no campo da Saúde e da Educação - consubstanciando a participação do sujeito e de seus diferentes núcleos de convivência na construção de programas voltados para sua saúde e qualidade de vida -, bem como o processo de sua inter-relação com as propostas pedagógicas, é preciso destacar dois marcos recentes, importantes para a transição do conceito de Saúde: a VIII Conferência Nacional de Saúde(2) (Brasília/Brasil) e a I Conferência Internacional de Promoção de Saúde(3) (Ottawa/ Canadá). Segundo o