Escola nova
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AS APROPRIAÇÕES DA ESCOLA NOVA E A REPRESENTAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE EM AUTOBIOGRAFIAS DE PROFESSORAS (1920 - 1960). Wiara Rosa da Silva Faculdade de Educação da USP 3. Culturas e práticas escolares Apresenta-se, aqui, um estudo das apropriações das idéias da Escola Nova, que produziram representações do trabalho docente, as quais são objetos de disputas no campo educacional. Para tanto, após uma pesquisa bibliográfica, foram selecionadas duas autobiografias de professoras paulistas escritas a respeito de um período que vai de 1920 1960: “Memórias de uma mestra-escola” (1985) de Felicidade Arroyo Nucci e “Uma vida no magistério” (1962) de Botyra Camorim. 1 O período citado caracteriza-se pela implantação e organização dos sistemas públicos de educação, bem como pela afirmação das ciências da educação no contexto do movimento da Escola Nova. A delimitação da primeira data -1920 - corresponde à época em que as professoras relatam que começaram a ter contato com as idéias da Escola Nova. A data final -1960 – refere-se ao tempo em que umas professoras já tinham escrito suas memórias e outras estavam escrevendo. Após a leitura de diversos romances autobiográficos foram-se configurando várias questões que se tornaram objeto de inquietação. Dentre estas, as vastas descrições a respeito de saberes e práticas desenvolvidas em sala de aula. E, é após essa constatação que se vai constituindo o interesse em investigar, por meio de dois romances autobiográficos escritos por professoras sobre a primeira metade do XX, como as professoras – autoras das autobiografias se apropriam das idéias da Escola Nova e como tais apropriações estão relacionadas à construção de representações de seus trabalhos que as faziam revelar ou camuflar os seus saberes e as suas práticas nas autobiografias. Nesse sentido, o conceito de apropriação, tomado como Chartier o concebe (1990), diz respeito a uma história social das interpretações, remetidas para as suas determinações fundamentais (que são