escola de sagres
O infante D. Henrique fundou de facto uma vila no Algarve. Em 1443 pediu a seu irmão, o regente D. Pedro, que lhe concedesse a região inóspita de Sagres, para aí fundar uma vila. O pedido foi concedido e a vila foi fundada no lugar de Terçanabal. O infante deixou convenientemente explicitados os objectivos da fundação desta vila, numa carta testamentária datada de 19 de Setembro de 1460. Esta seria um ponto de assistência aos navegadores que aí passassem perto e precisassem de mantimentos ou de aguardar por boas condições de navegação.
Em toda a documentação do príncipe analisada até hoje, não encontramos qualquer tipo de referência a uma escola náutica em Sagres, nem sequer é uma ideia presente em nenhum escrito que seja seu contemporâneo. Gomes Eanes de Zurara apenas faz referência à vila em construção. Duarte Pacheco Pereira tal como João de Barros, apenas menciona uma vila fundada pelo Infante na Angra de Sagres. Só em 1567 na Crónica do Príncipe D. João, Damião de Góis começou a dar consistência à lenda da erudição do Infante, quando escreve que o príncipe era um homem muito dado ao estudo das letras, principalmente da Astrologia e Cosmografia. Para cultivar esses estudos e mandar navios para a Costa africana, D. Henrique teria fundado uma vila no sítio de Sagres.
Duarte Leite, num estudo sobre a Escola de Sagres, apresentou