Erin brockovich, uma mulher de talento
Dirigido sem maiores arroubos de criatividade por Steven Soderbergh (que no mesmo ano comandou "Traffic" e saiu vencedor da festa do Oscar), "Erin Brockovich" segue a cartilha dos filmes do gênero a que pertence. O roteiro, fluente e por vezes bastante divertido, garante o ritmo agradável do filme, que foge do didatismo quase inerente a um projeto que fala de coisas como cromo hexavalente e faz uso de termos legais que são desconhecidos do grande público. Mas, apesar das inúmeras qualidades que o filme de Soderbergh possa ter, o show é de Julia Roberts. Exibindo seu famoso sorriso e suas curvas generosas, Roberts esbanja carisma em um papel feito sob medida para explorar todas as nuances de seu trabalho como atriz. Desenvolta em cenas mais leves, esforçadas em momentos de maior carga dramática, a estrela mais bem paga do cinema americano faturou o Oscar apesar da feroz concorrência de Ellen Burstyn em "Réquiem para um sonho", um trabalho bastante superior mas sem chances frente ao poder desfrutado por Julia, um dos nomes mais populares do cinema americano. Mais uma vez o comercial falou mais alto aos eleitores da Academia.
"Erin Brockovich, uma mulher de talento" é um bom filme, sim, feito com competência e seriedade. Tanto Roberts quanto Albert