Ergonomia
Alberto José de Araujo, MD, M Sc. I Seminário de Relacionamento Humano e Qualidade de Vida no Trabalho – UERJ, 21 a 23/08/2002.
Introdução:
Vivemos em um tempo de rápidas transformações e de drásticas mudanças, nos padrões e modos de produzir e de consumir. Nessa crise sem precedentes na história da humanidade, de um lado, a tecnologia expande os horizontes de possibilidades de alcance de benefícios e, de outro lado, contraditoriamente, aprofundam-se as desigualdades e a exclusão social.
Frutos de árvores de um mesmo pomar, e quando o progresso e a felicidade, só são colhidos por uma parcela pequena da sociedade, ocorrem cisões no tecido social, expressas, dentre outras, pela violência dos dias de hoje. E esta violência como que age em cascata, irradiando-se desde os níveis mais altos da cadeia produtiva e interferindo de forma perniciosa nos modos de relação e de produção humana.
A denominada nova ordem mundial fincou seus pilares no neoliberalismo e vem levando a sucessivas crises nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento geradas, em grande parte, pelo capital especulativo e condenando as economias desses países a receitas recessivas praticadas por seus implacáveis organismos internacionais como o FMI, G-7, OMC, Banco Mundial etc.
Por outro lado, a impregnação dos padrões de consumo dos países desenvolvidos como bulário a ser seguido pelas populações mundo afora desapropria e expropria a produção artística e cultural regional, impõe um modo de consumo de bens descartáveis, leva a profunda ruptura no tecido social face à escassez de modelos de identificação, de afetividade e a uma crônica insatisfação.
Como conseqüência desse perverso cenário vem o desemprego, a exclusão social e um novo "modus operandi" que se caracteriza pela “flexibilização” nas relações de trabalho,