Ergonomia no setor agricóla
Prof. Dr. Roberto Funes Abrahão, e-mail: roberto@agr.unicamp.br Pode-se entender a Ergonomia como o conjunto de conhecimentos a respeito do homem em atividade necessários à concepção de instrumentos, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de eficiência, conforto e segurança. Além disso, esses conhecimentos devem também ser utilizados pelos responsáveis pela organização do trabalho, de forma a definir jornadas, cadências, pausas, hierarquias e outros elementos que contribuam para o bem estar dos trabalhadores e para a produtividade do trabalho. Em resumo, a ergonomia visa adaptar o trabalho ao homem, diferentemente de certas correntes que tentam encontrar o trabalhador ideal para uma certa tarefa, através da seleção. A agricultura é uma atividade em que freqüentemente se encontram todos os tipos de trabalho humano: trabalho primário propriamente dito sobre a terra e seus produtos; trabalho secundário de fabricação e reparo de ferramentas; e trabalho terciário de gestão e contabilidade. O trabalho do ergonomista na agricultura caracteriza-se pela predominância da análise das atividades e de sua distribuição, ao contrário daqueles em que a pessoa é empregada em uma tarefa determinada, precisamente preparada e freqüentemente monótona. No trabalho agrícola as tarefas são pouco estruturadas, na maioria das vezes exigem esforço físico considerável, posturas penosas, sob condições ambientais desfavoráveis, exposição a produtos químicos, sazonalidade, operação de grande variedade de equipamentos em curto espaço de tempo. A grande variedade de classes de risco presentes nos ambientes de trabalho agrícola se dá de forma compatível com a constatação do alto grau de diversidade de tarefas e de postos de trabalho nestas atividades. A contribuição da ergonomia se dá justamente pelo seu caráter multidisciplinar, integrando conceitos das ciências sociais com os avanços tecnológicos, tendo como resultados